16/05/2015

Fui uma Boa Menina?

Para leitores pouco exigentes



Através de seu diário, uma adolescente fora do comum escreve sobre seus dramas e conflitos familiares, corriqueiros e ao mesmo tempo excepcionais. A narrativa tenta envolver o leitor com suspense e um toque de fantasia.

Se eu fosse adjetivar o texto da Carolina em uma palavra, esta seria: infantil. Na verdade, muito infantil. Não sei se ando mais exigente por estar lendo um livro de contos excepcional – A Linha Tênue, de Rubem Cabral – mas fato é que achei o texto da Carolina extremamente imaturo, em todos os sentidos. Escrever contos é uma arte difícil, não é para qualquer um. Certa vez, escrevi em um prefácio:

"Entendi que o contista é um ser notável, pois, na ação de suas histórias, ele está adstrito a universos reduzidos – já que a narrativa nesse estilo literário costuma ater-se a um único fragmento existencial dos personagens, a um único drama em especial, a um único momento definido no tempo – limitação só vencida por uma pena criativa, capaz de conferir um lirismo (igualmente único) às palavras, de elevar a simplicidade a dimensões inimagináveis, de conceder auras oníricas a situações cotidianas e de fazer do clímax dramático um instante intenso e mágico, tudo com o objetivo de arrebatar o leitor de maneira singular, o que remete à célebre e arguta frase do contista argentino Julio Cortázar: 'No combate entre um texto e seu leitor, o romance sempre vence por pontos, enquanto o conto deve vencer por nocaute.' "

Pois é... No conto da Carolina, essas qualidades não existem. Tudo pareceu muito óbvio e bobinho. Além disso, talvez a autora tenha tentado escrever um conto como quem escreve um romance. Aí não dá certo mesmo... Não fui, enfim, nocauteado (pelo menos não no bom sentido).

Valorize o escritor brasileiro!
Um grande abraço!

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